Homem arremessa bebê afegão de cabeça no chão de aeroporto na Rússia

Autor: Augusto Albertini
junho 30, 2025

Na última segunda-feira (24), um incidente chocante ocorreu no Aeroporto Internacional de Sheremetyevo, em Moscou. Vladimir Vitkov, um turista bielorrusso de 31 anos, agarrou repentinamente um bebê de 18 meses, de origem afegã, e o arremessou violentamente de cabeça contra o piso do saguão de desembarque.

Vídeo mostra ataque e prisão de Vladimir.

A criança – que havia chegado ao país com a mãe fugindo de conflitos – sofreu fraturas graves no crânio e na coluna vertebral e entrou em coma logo após o ataque. O estado de saúde dela é crítico, e está sob cuidados intensivos no hospital. Inicialmente chegou a ser noticiado que o menino seria iraniano, mas autoridades posteriormente confirmaram que a família é do Afeganistão.

Em seu depoimento às autoridades, Vitkov confessou ter tentado matar a criança, admitindo diretamente: “Eu tentei assassinar uma criança”. No entanto, ao ser questionado sobre sua motivação, ele não soube explicar o motivo do ataque, atribuindo seu comportamento ao uso de drogas – afirmou que agiu porque estava “sob influência de entorpecentes”.

Vladimir em confissão gravada, “Tentei matar uma criança”.

Exames toxicológicos confirmaram a presença de cannabis (maconha) em seu sangue no momento do incidente Durante o interrogatório, Vitkov se mostrou confuso e alterado, chegando a declarar vagamente que já havia “cometido erros como esse” no passado.

A polícia ainda investiga as motivações do crime, sabe-se que Vitkov vinha de um voo do Cairo, Egito, de volta à Belarus, após perder o emprego – ele trabalhava em uma obra no Egito e teria sido demitido por uso de drogas e álcool.

Rumores chegaram a circular nas redes sociais alegando que Vitkov seria de origem judaica, mas não há confirmação oficial dessa informação.

Desde as mais recentes ofensivas israelenses na Faixa de Gaza, organizações internacionais de direitos humanos e entidades oficiais documentaram diversos crimes notórios contra crianças de origem islâmica.

Após a invasão israelense de Gaza iniciada em outubro de 2023, houve um aumento global de hostilidade contra muçulmanos e palestinos. Dados policiais e de ONGs confirmam essa tendência: no Reino Unido, incidentes de crime de ódio contra muçulmanos subiram cerca de 140% em relação ao ano anterior, e nos EUA a ONG CAIR registrou 2.171 denúncias de islamofobia desde outubro, um salto de 172%.

Em outubro 2023, Joseph Czuba, de 73 anos, esfaqueou até a morte o menino palestino-americano Wadee Al-Fayoumi, de 6 anos, e feriu gravemente a mãe do menino em Plainfield, Illinois. O crime ocorreu poucos dias após o início da guerra em Gaza e foi classificado como crime de ódio motivado por islamofobia: Czuba teria citado o conflito para justificar o ataque. Em 2025 ele foi condenado a 53 anos de prisão.

Joseph Czuba e Wadee Al-Fayoumi.

Em maio de 2024, uma mulher norte-americana tentou afogar no lado profundo da piscina uma menina palestino-americana de 3 anos (identificada apenas como filha de H.M.) após discutir com a mãe delas. A polícia de Euless (subúrbio de Dallas) declarou que o ato foi motivado por preconceito contra muçulmanos e que a suspeita, Elizabeth Wolf, havia feito comentários racistas antes do ataque. O caso gerou comoção pública e ela foi indiciada por tentativa de assassinato.

Elizabeth Wolf posa para uma foto sem data de uma ficha policial no subúrbio de Dallas, em Euless, Texas.

Outros ataques registrados incluem espancamentos de muçulmanos em Nova York e até tiroteios contra jovens palestinos em Vermont (considerados crimes de ódio). Esses casos têm sido atribuídos ao clima de islamofobia alimentado pela cobertura da guerra.

Enquanto crianças morrem devido a sua origem ou religião, dentro e fora de Gaza, influenciadores israelenses fizeram brincadeiras de “prank” com crianças de Gaza. Vídeos mostram jovens fingindo arrecadar doações para as “crianças famintas de Gaza” e depois zombando delas.

Por exemplo, o influencer Yakir Bar Zohar perguntou a transeuntes se aceitariam doar para “crianças famintas de Gaza” e, ao receber resposta afirmativa, rebateu: “tem certeza que quer doar para crianças que vão se tornar terroristas?”.

Em outra gravação, uma jovem israelense ligou à própria mãe pedindo doação para “crianças inocentes de Gaza” – a mãe respondeu: “Crianças inocentes de Gaza? Não existe tal coisa”, desejando às crianças “morte em agonia, queimem no inferno”. Esses vídeos, bastante compartilhados, geraram comentários afirmando que “não há inocentes em Gaza, nem crianças, nem adultos”

Canais de televisão e porta-vozes do governo israelense também divulgaram declarações de desumanização das crianças palestinas. Em maio de 2025 o canal de direita Channel 14 debateu a crise de abastecimento em Gaza dizendo que “não há problema algum em bebês morrerem de fome” – concluindo “deixem que morram” – caso isso impeça que se vejam fotos dos bebês famintos.

O porta-voz do Likud (partido de governo) declarou que basta uma foto de “5.000 crianças famintas” para acabar a guerra, sugerindo que manterem-nas próximas da fome seria “solução elegante”.

Esses fatos, nos permite enxergar que a brutalidade dos sionistas contra crianças não são apenas um mero sintoma de uma espiral de ódio, como muitos podem alegar, mas são um alvo especialmente visado não apenas em Gaza, mas em todos os locais onde eles enxergam alguma obstáculo para seu projeto de dominação.